TRE-BA promove palestra sobre síndrome da impostora e saúde mental na perspectiva feminista
Evento reforçou a importância da saúde mental das servidoras e colaboradoras

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), por meio da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP), da Coordenadoria de Atenção à Saúde e Benefícios (COASA) e da Seção de Atenção à Saúde (SEDAS), realizou, nesta segunda-feira (31/3), a palestra “Saúde Mental na Perspectiva Feminista – Síndrome da Impostora: Gênero, Raça e Gestão Pública”.
O evento foi conduzido por Denise Ferreira, assistente social do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Realizada na Sala de Sessões do TRE-BA, a palestra também foi transmitida ao vivo pela plataforma Zoom.
A iniciativa integrou a programação do Mês da Mulher e abordou os impactos da síndrome da impostora na saúde mental das mulheres, especialmente no ambiente de trabalho. A chefe da SEDAS, Aline Reis (SEDAS) destacou a relevância do tema. “Ao trazer um enfoque de gênero e raça associados à gestão pública, a palestra amplia a discussão e reforça a importância da proteção da saúde mental das servidoras e colaboradoras”.
Saúde mental e os desafios no ambiente de trabalho
Durante o evento, Denise Ferreira ressaltou a importância do debate sobre saúde mental, alertando para o aumento expressivo de afastamentos por transtornos psicológicos no Brasil. De acordo com a palestrante, muitas dessas licenças são concedidas por incapacidade temporária para o trabalho, evidenciando a gravidade da questão.
A especialista explicou que a síndrome da impostora afeta até mesmo mulheres bem-sucedidas, manifestando-se por meio de comportamentos como perfeccionismo extremo, que pode levar ao adoecimento; excesso de autocobrança, com medo constante de falhar; procrastinação e auto sabotagem, resultantes da insegurança em enfrentar desafios; e dificuldade em se reconhecer como competente, atribuindo o sucesso a fatores externos. Denise destacou ainda que mulheres negras sofrem um impacto ainda maior, pois enfrentam barreiras não apenas de gênero, mas também raciais no ambiente profissional.
Medidas institucionais
A palestrante destacou que o setor público vem adotando medidas para reduzir desigualdades de gênero e raça, citando como exemplo a Resolução Nº 598 de 22/11/2024, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A norma estabelece diretrizes como a capacitação de magistrados e servidores sobre questões de gênero, raça e direitos humanos, a adoção de protocolos de julgamento com perspectiva de gênero e interseccionalidade racial e a promoção da paridade de gênero em atividades administrativas e comissões de concursos.
“Embora ainda haja muito a avançar, essas medidas representam passos importantes rumo a um ambiente de trabalho mais igualitário e inclusivo. O futuro é agora e devemos continuar promovendo mudanças estruturais que impactem positivamente a vida das mulheres”, afirmou Denise. Ela também ressaltou a importância do autocuidado como ferramenta essencial para a saúde mental. Para a palestrante, manter conexões sociais saudáveis, identificar e desconstruir padrões de controle e buscar apoio psicológico são atitudes fundamentais para enfrentar os desafios do dia a dia.
Valorização da saúde mental no TRE-BA
A servidora Gerusa dos Santos, da 10ª Zona Eleitoral, elogiou a iniciativa do TRE-BA e reforçou a necessidade de ações contínuas sobre saúde mental. “Acho extremamente importante, principalmente nos tempos atuais, em que estamos sobrecarregadas. Esse tipo de evento deveria ocorrer não só em março, mas com mais frequência”.
HS