Acessibilidade é tema de live realizada pelo TRE-BA na Semana da Inclusão
Integrante da Comissão de Acessibilidade do TRE-BA, Sidnex Aragão, e superintendente estadual dos direitos da pessoa com deficiência, Alexandre Baroni, defenderam a importância da diversidade para a democracia
Uma sociedade democrática é uma sociedade plural, em que as pessoas aprendem desde a infância a respeitar as diferenças. Essa ideia resume a live “O que é ser acessível?”, realizada nesta quinta-feira (30/9), no perfil do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia no Instagram. O servidor e membro da Comissão de Acessibilidade, Sidnex Aragão, e o superintendente estadual dos direitos da pessoa com deficiência, Alexandre Baroni, defenderam a importância da diversidade em evento da Semana da Inclusão na Justiça Eleitoral baiana.
Assista live no perfil do TRE-BA no Instagram
Durante o encontro, os participantes falaram sobre inclusão a partir de suas vivências como pessoas com deficiência que atuam no poder público pela garantia de direitos de PCDs e pessoas com mobilidade reduzida. Sidnex Aragão e Alexandre Baroni ressaltaram a importância do Setembro Verde, quando se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, e lembraram que o tema não deve ser restrito a uma data ou público específico, mas estar em debate cotidianamente.
Sidnex Aragão falou das atividades da Comissão de Acessibilidade do TRE-BA, que em 2020 realizou um levantamento das seções acessíveis nas escolas de todo o estado, promovendo mudanças dentro das próprias escolas para atender eleitores deficientes, com mobilidade reduzida e idosos. O servidor também citou o Núcleo de Atendimento ao Eleitor, o NAVE, que em setembro passou a realizar atendimento em Língua Brasileira de Sinais, para contemplar o público surdo.
Já Alexandre Baroni apresentou as ações da Superintendência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência que, com a pandemia de Covid-19, intensificou o atendimento digital. O objetivo, segundo Baroni, é garantir acessibilidade física e atitudinal, reorganizando a comunicação do órgão, que já incluiu 60 mil pessoas virtualmente. O próximo projeto, contou o superintendente, é reorganizar o atendimento com intérprete de LIBRAS, que poderá ser acessado por um aplicativo de celular.
Anticapacitismo
A live abordou diversos assuntos ligados à inclusão, como tecnologia assistiva, as barreiras físicas e comportamentais na capital baiana e o capacitismo, que os dois participantes classificaram como um limitador na garantia da acessibilidade. “É preciso investir na educação de todos, inclusive dos gestores, para que saibam reconhecer a qualidade de bons profissionais sem resumi-los a condições físicas, mentais ou sensoriais”, afirmou Sidnex e completou. “Inclusão não é um tema apenas de setembro, assim como a consciência negra não está restrita a 20 de novembro”.
Para Alexandre Baroni, o capacitismo é sinônimo de preconceito e a sociedade inclusiva deve ser anticapacitista. “Não basta achar que não fazer nada contra uma pessoa com deficiência ou dar oportunidades é suficiente. É preciso efetivamente combater toda forma de preconceito e discriminação que ainda existem em nossa sociedade e dialogar com todo mundo, sair da bolha e deixar de falar de nós para nós mesmos”.
Os dois participantes da live enfatizaram a importância de pensar a inclusão no contexto da Justiça Eleitoral, que atua na garantia e fortalecimento da democracia. “Nosso objetivo é que nenhum eleitor ou servidor se sinta inferior por ser deficiente, mas que tenha consciência dos seus direitos, inclusive do voto”, disse Sidnex Aragão. Já Alexandre Baroni destacou a urna eletrônica como ferramenta de inclusão. “A urna é a grande responsável pela autonomia dos eleitores cegos e isso é muito importante de ser dito”.
CB
Pra cego ver: Foto da jornalista Carla Bittencourt no estúdio da TV TRE-BA, com um celular fazendo live com o convidado , Sidnex Aragão