Na reta final das Eleições Municipais de 2020, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), desembargador Jatahy Júnior, reflete sobre os desafios de realizar o pleito em meio à pandemia de coronavírus. A cinco dias das votações, o gestor do Eleitoral baiano está confiante. “Com a ajuda dos servidores, juízes, promotores e colaboradores, estamos superando as dificuldades e, certamente, deixaremos aprendizados para eleições futuras”, pontua.

Essa avaliação é também um balanço que o magistrado faz da gestão do TRE-BA. Quando assumiu a presidência, em 2018, depois de ter ocupado o cargo de corregedor eleitoral, o desafio era finalizar a revisão biométrica. A Bahia, quarto maior eleitorado do país, chegou aos 100% de biometrizados no prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foi o primeiro estado entre os mais populosos a atingir a meta.

“E tão importante quanto esse feito, foi conquistá-lo com respeito ao eleitor, sem as longas filas”, afirma o presidente, que, em 2020, foi eleito para a gestão do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (Coptrel), função que vem desempenhando em paralelo ao TRE-BA. 

Trajetória

Ao avaliar a própria trajetória, o presidente lembra o início de tudo, quando a escolha profissional refletiu a inspiração no trabalho do pai, o juiz Jatahy Fonseca. “Conheço a estrutura do Judiciário da Bahia por mais de meio século”, afirma o magistrado que, desde pequeno, ia com o pai em viagens e visitas ao Fórum Ruy Barbosa.

Formado aos 22 anos, o então advogado decidiu prestar concurso público para a magistratura e logo foi aprovado. Assumiu, no dia 29 de dezembro de 1986, 12 dias depois de ter completado 25 anos de idade. “Nunca me arrependi dessa escolha. Estava realizando um sonho e indo atrás da minha vocação. Desde sempre, sou muito satisfeito e feliz com o que faço”, revela.

Ação social

Para o desembargador Jatahy, presidir o TRE-BA tem sido uma experiência enriquecedora também pela excelência do quadro de servidores e magistrados, tanto da primeira quanto da segunda instância. “Deixo o Tribunal em março de 2021 e seguirei atuando, até o fim, para sair com a certeza de dever cumprido”, diz o presidente, que considera um privilégio para qualquer magistrado passar pela Corregedoria e pela gestão do Eleitoral baiano.

Fora das atribuições do cargo, ele se dedica à família, à esposa, aos quatro filhos e a neta, Maria Eduarda. Quando a pandemia de Covid-19 ainda não era uma realidade, ele usava os momentos de lazer para praticar motociclismo, o que, além de ser uma atividade esportiva, tem um propósito social, uma vez que o grupo do qual faz parte realiza ações filantrópicas em asilos de Salvador. 

Em sua opinião, ações desse tipo ganharam ainda mais significado com a pandemia de coronavírus, crise difícil de administrar em todas as esferas. “Acredito que a sociedade sairá transformada, pois toda crise leva a uma evolução. Vamos passar por tudo isso e imagino que sairemos com muitos aprendizados”.